Papo Profissional com a jornalista Letícia Duarte

Bem, eu poderia começar falando um monte de coisas bonitas sobre o jornalismo, mas como essa profissão tem a missão de retratar com a máxima fidelidade os fatos, preciso dar a real: o jornalismo, na verdade, é a melhor e a pior profissão do mundo. Ao mesmo tempo!

É a melhor porque, por meio dele, a gente pode transitar por diferentes mundos, entrevistar desde a dona Maria lá na vila até os governantes em seus palácios, denunciar injustiças, viajar por uma série de lugares improváveis, conhecer outras culturas e ter a oportunidade de testemunhar alguns momentos históricos – seja lá uma eleição, um terremoto ou até uma guerra (é... jornalista é uma criatura que gosta de emoções fortes!).

Só que isso tudo tem um preço. E é aí que entra a parte da “pior profissão do mundo”, porque o jornalismo exige uma dedicação que às vezes beira ao sacerdócio. Se você trabalhar em um veículo diário, como jornal, TV ou rádio, você vai trabalhar aos finais de semana e pode esquecer os feriados. Seu salário provavelmente não vai ser lá grande coisa. E é provável que você muitas vezes não consiga sair do trabalho na hora esperada, porque nesta profissão o que vale não é o cartão-ponto: quem dita o ritmo são os acontecimentos. (Claro, você também pode optar por outras áreas dentro da profissão. Geralmente, quem quer ter uma vida um pouco mais regrada opta por uma assessoria de imprensa. Você também pode trabalhar com jornalismo digital e os mais variados projetos).

De maneira geral, é uma vida um tanto frenética e, por isso, mesmo apaixonante. Lembro que, na faculdade, os professores diziam que o jornalismo é uma espécie de cachaça. Às vezes ela nos maltrata e nos deixa meio “sequelados”, mas é um vício que ao mesmo tempo nos proporciona tanto prazer que não conseguimos largar!

No meu caso, já estou neste vício há 11 anos. Comecei a trabalhar em um jornal ainda durante a faculdade, lá em Caxias do Sul, onde nasci. Quando estava terminando a faculdade, em 2002 ganhei o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sul), um dos mais importantes do país, por uma série de reportagens sobre prostituição infanto-juvenil na Serra Gaúcha. De lá para cá, não parei. Atualmente trabalho no jornal Zero Hora, na editoria de Política. Se é que jornalismo é uma cachaça, continuo inebriada!

Para ser um bom jornalista, é importante gostar de ler e escrever, de estar por dentro do que acontece na sociedade, de se interessar pelo mundo e pelas pessoas. Mas o pré-requisito mais importante é ser apaixonado pelo que faz. Sabe como é... o jornalismo não perdoa os fracos. 

Se você quiser saber mais sobre a minha profissão, pode escrever para leticia.duarte@zerohora.com.br ou leticia.africa@gmail.com

Letícia Duarte – jornalista

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