Papo Profissional com o engenheiro eletricista Fábio Medeiros

Oi, pessoal! Meu nome é Fábio, sou engenheiro eletricista formado pela UFRGS em 2004. Antes de falar da minha experiência profissional, desejo aproveitar este espaço, cedido pelo Rafael, para esclarecer alguns equívocos a respeito da minha profissão.
Primeiro equívoco é sobre o título. Muitas pessoas dizem que quem se forma em Engenharia Elétrica é engenheiro elétrico.  Isto é errado.  O correto é engenheiro eletricista.
O segundo equívoco é muito comum: a de que engenheiro eletricista trabalha em instalações prediais, geração de energia (Itaipu) e distribuição de energia (manutenção dos fios de energia e transformadores). Isto é meia verdade. Os profissionais que trabalham nesta área são engenheiro eletricista especializados em eletrotécnica. 
O curso de Engenharia Elétrica é um curso generalista. É base para eletrônica, telecomunicações, computação, automação, controle, geração e distribuição de energia, mecatrônica. Para melhor entender esta expressão “curso generalista”, vamos fazer uma comparação com curso de medicina o qual é bastante conhecido. Os profissionais que estudam medicina durante 6 anos se formam médicos, ou seja, clínicos gerais. No caso do curso de Engenharia Elétrica seria engenheiro eletricista. Depois, os médicos se especializam em cardiologia, oftalmologia, neurologia, pediatria e etc. No caso da engenharia elétrica, se especializa em eletrônica, ou telecomunicação, ou automação e controle, ou geração de energia e etc.  
Muitas universidades, inclusive a UFRGS, criaram cursos de graduação mais específicos, ou cursos afins, por exemplo, engenharia da computação ou engenharia eletrônica.  O engenheiro da computação ou eletrônico é um engenheiro eletricista que se especializa em Hardware (placas de circuito impresso) e FIRMWARE (programas para máquinas). Ambos os cursos são muito parecidos, os dois profissionais concorrem no mesmo lugar de trabalho e dificilmente os dois cursos serão encontrados na mesma universidade. 
Atualmente, estou fazendo mestrado na UFRGS em Controle e Automação, dou aula de Eletrônica de Potência, Instrumentação e Desenho Técnico na Escola Técnica Mesquita e também trabalho numa empresa que fabrica Nobreaks (Logmaster Tecnologia, www.logmaster.com.br). Desenvolvo Hardware e firmware. Portanto, fiz um curso generalista, Engenharia Elétrica, e agora estou me especializando em Controle e Automação. Poderia ter feito direto o curso de Engenharia Controle e Automação, e neste caso eu teria saído da universidade com maior conhecimento do meu trabalho, mas não saberia nada sobre outras áreas da engenharia elétrica, como eletrotécnica. Esta situação é motivo de polêmicas que desejo discutir em outra oportunidade, talvez numa troca de e-mail com quem se interessar pelo curso de Engenharia Elétrica ou pelos seus cursos afins.  
Estou a disposição no e-mail: fabio.medeiros@ig.com.br

Papo Profissional com a farmacêutica Ana Paula Dambros Taschetto

Olá pessoal, meu nome é Ana Paula Dambros Taschetto, sou farmacêutica bioquímica, formada pela UFSM. Conclui minha graduação em 2003, com muitos sonhos e perspectivas, porém quando me deparei com o mercado de trabalho, percebi que a realidade era bem diferente do que havia idealizado.
Desde lá, tenho vivenciado grandes mudanças na profissão, mudanças, estas, bastante positivas, pois estamos conquistando e consolidando nosso espaço, entre os demais profissionais da área da saúde. Isto é fruto de muita dedicação dos profissionais farmacêuticos, que a cada dia, demonstram o quão importante e fundamental é o seu papel. Seja na pesquisa, no desenvolvimento de novos fármacos, nos laboratórios de análises clínicas, nas farmácias e drogarias, nas farmácias hospitalares, nas distribuidoras de medicamentos, na área de tecnologia de alimentos, em equipes multidisciplinares no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde), entre outros tantos campos de atuação.
Bom, mas meu objetivo aqui no blog, não é ficar descrevendo as várias áreas de atuação do profissional farmacêutico, mas sim trazer um pouco da minha experiência profissional.
Nestes 8 anos de profissão, já atuei em farmácia, drogaria, laboratório de análises clínicas e no SUS. Foi durante a minha atuação no SUS que realmente descobri o que me realizava na profissão e o caminho que queria dar à minha carreira profissional. É, podem acreditar, levei 6 anos para “me encontrar” na profissão. Foi neste momento da minha vida profissional, que descobri a minha realização em passar conhecimento, não que eu soubesse muito, bem pelo contrário, sei que tenho muito a aprender, mas o pouco que sabia era muito para aqueles pacientes que participavam das minhas palestras sobre interações medicamentosas, importância do seguimento rigoroso ao tratamento prescrito, da maneira correta de guardar, de ingerir os medicamentos, entre tantos outros temas. Percebendo o meu entusiasmo e realização nesta atividade, resolvi retornar ao meio acadêmico. E, em 2010, conclui meu mestrado, e neste mesmo ano, pedi exoneração de meu cargo público para poder me dedicar ao projeto de doutorado.
Gostaria de deixar como mensagem, a todos os futuros profissionais, com este pequeno relato das minhas vivências como farmacêutica que o mundo de trabalho não é um mar de rosas que idealizamos durante a graduação, mas o importante é buscarmos aquilo que nos satisfaz, que nos realiza e não desistir diante dos desafios profissionais.

E-mail para contato:anapaulataschetto@gmail.com

Papo Profissional com o técnico em Automação Industrial Alexandre Oliveira

Olá Pessoal, sou Alexandre Oliveira formado em Automação Industrial e Informática (T.I). Atuo na área de tecnologia aproximadamente há 10 anos. Inicializei minha carreira estagiando da seguinte forma, como não tinha recursos para financiar um curso de informática avançado na época, trabalhei em uma escola de Informática com uma bolsa, conseguia assim, estudar e pleitear o custo do curso, pois a bolsa era de mesmo valor do curso desejado. Foi a forma inicial de entrar na área e adquirir algumas experiências.

Na área de Automação Industrial (Mecatrônica), minha formação foi na Escola Técnica Mesquita, onde ocorreu meu primeiro emprego de carteira assinada. Resumidamente, o campo de atuação deste profissional pode ser dividido em duas áreas: atuação ligada mais a Hardware ou a Software (como na Informática). Para quem se identifica por partes mais práticas (Hardware), a atuação ocorre em áreas como suporte técnico, montagem de painéis, instalações elétricas, manutenção de equipamentos, entre outros. Na área de Software, pode-se atuar em desenvolvimento de programas para CLP, desenvolvimento de Softwares Supervisório (SCADA), aplicações industriais dedicadas, desenvolvimento de novos produtos, entre outros.
Em termos gerais, o mercado de atuação na área de automação industrial, é um pouco mais restrito em relação à área da informática, mas o profissional de Automação, pode atuar ainda em diversas outras áreas e atividades, por sua formação ampla, podendo atuar em Eletrônica, Mecânica, e até mesmo na própria Informática.
O mercado de Automação no RS, assim como no Brasil, esta mantendo certa ascensão, pois o crescimento da área é diretamente proporcional ao crescimento da indústria, ficando quase como uma fórmula “cresce indústria = cresce a automação paralelamente” 

Na área de Informática (TI), minha formação foi na Escola Técnica Alcides Maya. Sobre o mercado de informática, tem diversos campos de atuação, mas basicamente, é dividido em duas principais áreas, Infra-Estrutura e Programação. A infra-estrutura demanda atividades mais relacionadas a Redes, Equipamentos de Telecom, Hardware e também um contato mais direto com os usuários. A Programação tem atividades mais focadas no desenvolvimento de softwares, criação de sites e banco de dados, tendo muito pouco contato com o usuário final. É um trabalho mais individual e exige grande concentração.
No mercado, para programadores, há maior expansão de oportunidades de trabalho, pois existe uma grande busca por profissionais da área com conhecimentos específicos, onde se exige muita qualificação e os cursos/certificações são de custos elevados, tornando o mercado mais atrativo em termos de remuneração ao profissional voltado a esta área.

O mercado da Ti está aquecido, mesmo em épocas de desaceleração da economia global, o mercado não se mostrou em decréscimo acentuado. No Brasil, pelo contrário, manteve as oportunidades de trabalho existentes, e até mesmo criou novas vagas, principalmente as no desenvolvimento de softwares, de aplicativos para celulares e games.
Espero poder ter contribuído para a proposta do Professor Rafael, e fico a disposição para maiores informações ou dúvidas. Meu contato de e-mail é alexandresilvaoliveira@hotmail.com

Atenciosamente.

Alexandre Oliveira

Papo Profissional com o administrador Pedro de Almeida Costa


O Profissional da área de Administração tem – ou precisa ter - uma formação e uma atuação interdisciplinar. O que se quer dizer com isso? Para executar a sua atividade ele precisa conhecer e saber utilizar conhecimentos que vem de muitas áreas diferentes. O seu ambiente de trabalho são as organizações em geral: empresas, que podem ser públicas ou privadas, governos ou outras organizações, como as do chamado terceiro: entidades que tem finalidades diferentes de governos ou empresas, como associações, cooperativas ou quaisquer outras formas coletivas de trabalho ou mesmo de lutas sociais.
Todas essas formas de organização são agrupamentos coletivos com determinadas finalidades bem particulares. Cada particularidade de um tipo de empresa ou de organização vai precisar mobilizar diferentes recursos para atingir os seus objetivos. Para isso também vai reproduzir, numa escala menor, a complexidade das relações sociais do ambiente onde está inserida. É dessa complexidade que emerge, então, a demanda por uma formação e atuação interdisciplinar do profissional de administração: ele ou ela precisarão conhecer aspectos importantes de direito, psicologia, economia, sociologia, contabilidade e filosofia para poder “navegar” nesses ambientes.
Além desses conhecimentos de outras áreas, a própria Administração também tem as suas subdivisões e especialidades, conforme as diferentes funções em que a complexa tarefa de administrar se divide: por exemplo, produzir, vender, calcular, etc....tarefas que envolvem um longo e detalhado processo de planejamento, de organização, de direção e de controle. Novamente, essas subdivisões também ganham contornos bem específicos nos diferentes tipos de organizações mencionadas. A essa altura, o nosso leitor já percebeu que além de qualidades e preparação técnica, a Administração envolve um componente humano muito forte, uma vez que todos os seus processos passam pela organização do trabalho coletivo. Trata-se de refletir e experimentar permanentemente sobre a forma como as pessoas se organizam em sociedade para produzir e viver. É evidente, portanto, que esse ou essa profissional também precisa passar pela experiência de administrar para completar a sua formação. Como todo processo de aprendizagem significativa, na Administração também é preciso que se viva o que se aprende, que se experimente e modifiquem os conhecimentos constantemente, o que constitui a grande contribuição da Administração para a construção de um futuro próspero, sustentável e justo.

Pedro de Almeida Costa é professor na Escola de Administração da UFRGS e doutor em Administração pelo Programa de Pós-graduação da mesma Escola. Tem 43 anos e já trabalhou em organizações públicas e privadas, além de várias atividades de consultoria e formação/educação. Sua área de pesquisa e interesse mais intenso hoje é a da Administração Pública e Social, campo que procura conhecer e entender as dinâmicas organizativas alternativas, que desafiam os desenhos organizacionais tradicionais (como empreendimentos e movimentos populares) e faz uma incursão em espaços públicos onde acontecem dinâmicas locais de desenvolvimento que desafiam os paradigmas dominantes de pensamento.

Contatos pelo: pacosta@ea.ufrgs.br